olímpicos

Mayra Aguiar é bicampeã mundial de judô em Budapeste

De forma espetacular, a gaúcha Mayra Aguiar conquistou na última sexta-feira, 1 de setembro, em Budapeste, o título mundial com uma vitória incontestável sobre a japonesa Mami Umeki, que defendia o backnumber vermelho na categoria -78kg. O triunfo veio no golden score, quando a brasileira projetou a adversária, conseguiu um waza-ari e abriu um sorriso instantâneo no tatame. Assim, a gaúcha se tornou a primeira bicampeã mundial do Brasil (2014 e 2017), igualando o feito de seu conterrâneo João Derly (2005 e 2007).

“Com certeza (o Derly) foi uma inspiração para mim desde novinha”, disse Mayra, ainda ofegante na zona mista. “Estou muito feliz! Eu estava muito focada, tinha me preparado muito. Sabia o quanto era importante e o quanto é gostoso ganhar o Mundial. E agora sou bicampeã.”



Com desempenho perfeito nas preliminares, vencendo todas as suas três lutas por ippon, com direito a revanche sobre francesa que a venceu na semifinal dos Jogos Rio 2016, Mayra chegou a mais um ouro de Campeonato Mundial depois de bater duas japonesas na reta decisiva. Primeiro, Ruika Sato, por um waza-ari, na semifinal. Depois, a detentora do título mundial, Mami Umeki.

“O principal foi manter a cabeça sob controle e ficar focada sempre. Cada luta que passou, cada vitória foi um degrauzinho a mais. Essa foi a minha segunda competição depois dos Jogos Olímpicos. Gosto de ficar um tempo fora, poder me preparar melhor, fazer treino de base. É muito importante. Esse tempinho parada me dá mais fome de luta”, afirmou Mayra, que também se tornou a judoca brasileira com o maior número de medalhas em Mundiais Sênior (masculino ou feminino): agora são cinco (ouro em Chelyabinsk 2014 e Budapeste 2017, prata em Tóquio 2010 e bronze em Paris 2011 e Rio 2013).

O caminho até o ouro
Mayra foi a primeira brasileira a entrar no tatame da Laszlo Papp Arena, em Budapeste, nesta sexta-feira, e começou avassaladora com duas vitórias em sequência sobre a jovem Klara Apotekar, da Eslovênia, e sobre a austríaca Bernadette Graf.

Nas quartas-de-final, o reencontro com Audrey Tcheuméo um ano após perder a semifinal olímpica para a francesa. Na luta, Mayra chegou a ser punida duas vezes, mas conseguiu projetar a rival, pontuando com um waza-ari e imobilizando, na sequência, fazendo Tcheuméo desistir do combate. Ippon e vaga na semifinal para a brasileira.

A quarta luta foi a mais tensa, com punições para os dois lados. Cada atleta levou dois shidos e ficaram no limite da eliminação pelo terceiro, até que Mayra conseguiu projetar Sato e marcar um waza-ari a um minuto do fim do combate. A japonesa veio para cima, mas a experiência de oito participações em mundiais pesou a favor de Mayra, que conseguiu defender-se e evitar o terceiro shido para garantir-se em mais uma final de Mundial.

Na decisão, Mayra se mostrou mais agressiva desde o princípio. Umeki sofreu dois shidos e só no minuto final do tempo regulamentar esboçou um pouco mais de ação, a fim de evitar mais uma punição. Mas, no golden score, Mayra foi implacável. Logo de cara surpreendeu a adversária e marcou o waza-ari.

Texto e fotos: CBJ

Mais Popular

To Top