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Manaus FC na final da Série D com herói da Zona Leste

O futebol é um esporte coletivo, claro, mas a classificação do Manaus FC para a grande final do Campeonato Brasileiro da Série D tem a marca de um herói que representa a Zona Leste da capital amazonense. O meia atacante Hamilton, o “Ibrahimovic da Amazônia”, teve o sangue frio necessário para bater o pênalti que deu a vitória por 1 a 0 do Gavião do Norte sobre a Jacuipense-BA neste sábado, 3 de agosto, na Arena da Amazônia.

Depois de 20 anos de ostracismo no cenário nacional, o clube caçula do Amazonas cumpriu duas metas: subiu para a Série C de 2020 e garantiu presença na decisão da Série D de 2019, em que enfrentará Ituano-SP ou Brusque-SC. Melhor em campo na partida, o camisa 10 Rossini fez a jogada que resultou na penalidade máxima. Aos 21 minutos do segundo tempo, o “Mito” da camisa 25 puxou para si a responsabilidade de fazer história na Arena. Bola num canto, goleiro no outro.

Ídolo nos bairros
O fato de Hamilton ser o herói do Manaus FC é representativo demais, afinal o meia atacante é um personagem idolatrado pelos boleiros e também pelos torcedores do “futebol raiz”, sem frescura ou gourmetização. No amador, ele sempre foi uma espécie de Cristiano Ronaldo ou Messi. Todos os clubes queriam seu futebol. Na “humilde”, como se diz nas peladas, ele veio na “manha” para o futebol profissional. Após três temporadas, mostrou a força de um vencedor. Hoje seu carisma diferenciado ajuda a arrastar multidões para os estádios.

Homem de poucas palavras, Hamilton fala com a bola nos pés. Não é exagero dizer que ele atrai torcida. Pelo talento raro, mas também pela boa “malandragem”, fruto da vivência com companheiros inseparáveis como volante Juninho, outro atleta da Zona Leste que brilhou no profissional com a camisa do Gavião do Norte. O cara vai ao estádio porque se identifica com o Hamilton. O torcedor do Manaus FC paga ingresso, bebe, canta e pira em homenagem ao ídolo. Futebol é paixão e identificação. É alma e emoção.

Técnico, diretoria…
O torcedor vai à Arena para ver o coletivo, para ver o bom trabalho do técnico Wellington Fajardo, para prestigiar o espírito empreendedor e visionário de dirigentes como Giovanni Silva, Luis Mitoso, Rodrigo Novaes e companhia. Profissionais da comissão técnica e dirigentes que deram a alma por esse projeto que era um sonho distante. Com planejamento e pés no chão, virou realidade. Orgulho de todo um Estado.

Mas também é fato também que muitos vão para ver Hamilton, Jonathan, Vitinho. Caboclos da terra que se garantem e não arregam. No jogo decisivo contra a Jacuipense, um atleta do time baiano tentou botar pressão no Ibrahimovic da Amazônia, que só deu um “chega pra lá” no adversário. Riu, bateu no canto direito do goleiro e partiu para o abraço. O vôo mais alto com Gavião do Norte tem a cara do Hamilton. Herói da Zona Leste de Manaus.

 

Texto e fotos:
Emanuel Mendes Siqueira (92) 99122-3785

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