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Fernando Scheffer supera dificuldades e conquista o bronze nos 200m livre

Fernando Scheffer conquistou a primeira medalha para a natação brasileira dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020. Nadando na raia 8, ele cumpriu os 200 m livre em 1min44s66 e assegurou a medalha de bronze, a 14a conquista do país na modalidade na história. 

“O sentimento que me preenche agora é gratidão. Teve muita gente que esteve comigo todo esse tempo. Todos os treinadores, os preparadores, fisioterapeutas, médicos, amigos de treino, adversários, família, amigos. A galera ficou acordada até tarde para torcer. Hoje todo mundo nadou comigo, essa medalha é de todo mundo. Muita gente acreditou em mim, não tinha como eu não acreditar”, afirmou o atleta após a cerimônia de premiação, com a medalha no peito.

Os britânicos Tom Dean (ouro com 1min44s22) e Ducan Scott (prata, com 1min44s26) completaram o pódio.

Scheffer relembrou as dificuldades que passou por causa da pandemia. Ele ficou dois meses sem entrar na piscina por conta das restrições impostas para conter o coronavírus. Depois, passou a improvisar os treinos na piscina do condomínio. Ele também passou um período em um sítio com outros nadadores treinando em um açude. 

Para manter a preparação física, comprou uma bike de spinning, alugou pesos e montou uma academia na garagem de casa. O nadador acredita que as dificuldades o ajudaram a ficar mais “cascudo” e chegar com ainda mais vontade em Tóquio.

“Nunca fui o mais rápido, o mais resistente, o mais versátil, mas sempre pensei em ser o mais esforçado. E levo essa mentalidade até hoje e isso é um diferencial importante para trabalhar todos os dias. Dá confiança para chegar aqui e saber que a gente pode fazer algo a mais.  A atmosfera que a gente traz define muita coisa. Eu me preparei para vir pra cá e criar o melhor ambiente para mim, o mais descontraído, não jogar uma carga que não precisava. Não coloquei pressão que precisava fazer final, pegar uma medalha, só queria vir aqui e nadar o meu melhor, o que eu treinei pra fazer”, afirmou.

Homônimo de um dos mais laureados nadadores do Brasil, Scheffer conta que costuma ser associado a Fernando Scherer, bronze em Atlanta 1996 e Sydney 2000.

“O esporte é mais do que resultado, o mais importante é o legado que você deixa. Conquistas são importantes para mostrar que o caminho existe e que não é porque você é brasileiro que não é capaz de chegar ao pódio. Do mesmo jeito que o Scherer me inspirou, espero que o Scheffer possa inspirar, deixar um legado que mostra que há um caminho a ser seguido”, disse o nadador de Canoas (RS).

Scheffer volta à piscina na noite de terça, 27, no Japão (manhã no Brasil), para disputar a eliminatória do revezamento 4×200 m livre.

 

Classificado – Outro brasileiro que caiu na água nesta terça, Leonardo de Deus conseguiu se classificar para a final dos 200 m borboleta. Ele ficou em segundo em sua bateria e na classificação geral com 1min54s97 e vai largar na raia 5. A decisão será na manhã de quarta do Japão, às 10h49 (22h49 de terça de Brasília).

“Eu tinha que fazer minha prova. Eu treinei para fazer o que estou fazendo aqui. Entrando numa raia cinco, minha primeira final olímpica, com 30 anos, é o titio dessa final. Estou bem tranquilo, aproveitando e curtindo minha boa fase e meu bom momento. Essa final olímpica coroa toda uma carreira de sucesso, de jogo limpo, de muita dedicação não só minha mas da minha família. A gente sabe que pode fazer bonito. A gente viu o Scheffer nadando pra caramba. É pegar essa energia e entregar o que o Brasil precisa”, afirmou Leo.

 

Conteúdo: COB

Foto: Sátiro Sodré/CBDA

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